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Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. ( I te. 5: 19,20,21 - BIBLIA)
CRISTIANISMO


I - OS PRECEDENTES

Os fatores históricos do cristianismo são: em primeiro lugar, a religião israelita; em segundo lugar, o pensamento grego e, enfim, o domínio romano.

De Israel o cristianismo toma o teísmo. É o teísmo um privilégio único deste povo pequeno, obscuro e desprezado; os outros povos e civilizações, ainda que poderosos e ilustres, são, religiosamente, politeístas, ou, no máximo dualistas ou panteístas. De Israel toma o cristianismo, também, o conceito de uma revelação e assistência especial de Deus. Daí a idéia de uma história, que é desenvolvimento providencial da humanidade, idéia peculiar ao cristianismo e desconhecida pelo mundo antigo, especialmente pelo mundo grego.

Na revelação cristã é filosoficamente fundamental e básico, o conceito de uma queda do homem no começo da sua história, e também o conceito de um Messias, um reparador, um redentor.

O mundano e carnal Israel resistiu tenaz e longamente a esta idéia de uma radical miséria humana, e, por conseqüência, à idéia de uma moral ascética. Idolatrou a vida longa e próspera, as riquezas da natureza e a prosperidade dos negócios, as satisfações conjugais e domésticas, o estado autônomo e privilegiado, o poder e a glória, até esquecer-se de Deus. Perseguiu os Profetas, que o chamavam ao temor de Deus e à penitência, e recalcitrou contra os flagelos que o castigava, até que, ainda que contra a sua vontade, Israel foi submetido à sujeição e à renúncia, tendo adquirido, através de dolorosas experiências, o triste sentido da vaidade do mundo. A solução integral do problema do mal viria unicamente da redenção promovida pelo Messias.

Quanto ao pensamento grego, deve-se dizer que entrará no cristianismo como sistematizador das verdades reveladas, e como justificador dos pressupostos do cristianismo; não, porém, como elemento constitutivo, essencial e característico, porquanto este é hebraico e cristão.

E quanto a influencia romana, deve-se dizer que entrará no cristianismo como sistematizador do novo organismo social, a Igreja primitiva, e não como constitutivo de seus elementos essenciais e característicos, que são próprios e originais do cristianismo.


II - JESUS CRISTO

O verdadeiro criador do cristianismo, em sua novidade e originalidade, é Jesus Cristo. Pode ele dar plena solução à expectativas de salvação espiritual, solução que representa o maior valor filosófico no cristianismo, unicamente se é Homem-Deus, o Verbo de Deus encarnado e redentor pela cruz.

Jesus de Nazaré, nascido quando Roma domina a Palestina e Augusto é o imperador. Segundo a tradição, aos 30 anos Jesus reúne discípulos e começa anunciar a boa nova (evangelho, em grego): a realização das profecias sobre o Messias (Cristo, em grego) e a instauração do reinado de Deus sobre o mundo a partir de Israel. Considerado blasfemo, é submetido a um processo religioso e acusado de conspirar contra César. É crucificado quando Tibério é o imperador de Roma e Pôncio Pilatos o procurador da Judéia.

Cinqüenta dias após sua morte, durante a festa de Pentecostes, os discípulos anunciam que ele ressuscitara e os enviara a pregar por todo o mundo a boa nova da salvação e do perdão dos pecados. Esse é considerado o início da difusão do Cristianismo.

Não é este o momento de fazer um exame crítico, filosófico e histórico, para determinar a personalidade de Cristo. Basta lembrar que, uma vez admitido e firmado o teísmo, logo se segue a possibilidade de uma revelação e da divindade de Cristo, para tanto não precisando, propriamente, senão de provas históricas. Os argumentos em contrário não são positivos, históricos, mas apriorísticos, filosóficos; quer dizer, dependem de uma filosofia racionalista e atéia em geral.

Eis o esquema lógico da demonstração da divindade de Jesus Cristo. Devem ser examinados à luz da crítica histórica, antes de tudo, os documentos fundamentais, relativos à revelação cristã, o Novo Testamento. E achamo-nos diante de uma personalidade extraordinária, Jesus Cristo, que ensina uma grande doutrina, leva uma vida santa, afirma-se a si mesma como divina e comprova explicitamente com prodígios e sinais, os milagres e as profecias, esta sua divindade.

E Jesus Cristo se torna a garantia do Velho Testamento, de toda a lei e dos profetas que o precedeu, também se responsabiliza por aqueles que a ele segue, a estes, portanto, caberá difundir a revelação da Boa Nova judaico-cristã.


III - O NOVO TESTAMENTO.

A Bíblia é composta pelo Antigo Testamento e pelo Novo Testamento. Este é formado pelos quatro Evangelhos com relatos sobre a vida, mensagem e milagres de Jesus, escritos entre 70 e 100 d.C. e atribuídos aos discípulos Mateus, Marcos, Lucas e João; o livro dos Atos dos apóstolos (enviados, em grego); as cartas atribuídas a Paulo e a outros discípulos; e o Apocalipse, que contém visões proféticas sobre o fim dos tempos, o julgamento final e a volta de Jesus.

Como é notório, Cristo não deixou nada escrito, de sorte que o nosso conhecimento mais imediato em torno da sua personalidade se realiza através dos escritos dos seus discípulos. Temos de Cristo testemunhas também pagãs, além das testemunhas cristãs; estas são extracanônicas e canônicas. Estas últimas, porém, são fundamentais e mais do que suficientes para o nosso fim. Cronologicamente, são elas as seguintes: Paulo de Tarso, os Evangelhos sinópticos e o Evangelho de São João.

Paulo de Tarso, na Cilícia, fôra um inteligente e zeloso israelita. Não conheceu Jesus Cristo durante sua vida terrena, mas, convertido ao cristianismo e mudado o nome de Saulo para o de Paulo, tornou-se o maior apóstolo do cristianismo entre os gentios ou pagãos, revelando-lhes em Cristo crucificado o Deus padecente, vítima e Salvador, que eles procuravam em suas religiões, e não acharam.

A vida de Paulo é caracterizada por muitas e longas viagens, realizadas para finalidades apostólicas. Para o mesmo fim escreveu Paulo as famosas cartas às comunidades cristãs dos vários centros da Antigüidade, relacionados com ele.

As grandes viagens apostólicas de Paulo são três e têm como ponto de irradiação Antioquia, tocando os centros mais importantes do mundo antigo: Jerusalém, Atenas e Roma. Nesta cidade encerra a sua vida com o martírio. Destarte ele se pôs em contato com todas as formas de civilização do Oriente helenista e do mundo greco-romano.

Quanto às Epístolas - escritas em grego - devemos dizer que não são cartas logicamente orgânicas e ordenadas, nem literariamente aprimoradas, tanto assim que podiam desagradar a um helenista refinado como Porfírio; são porém, densas de conteúdo, de forma incisiva e eficaz. O problema que, sobretudo, preocupa Paulo é o do mal, do sofrimento, do pecado, de que acha a solução em Cristo redentor, crucificado e ressuscitado. É este o aspecto do cristianismo que mais o impressionou, de sorte que é ele, por excelência, o teólogo da Redenção.

No Velho Testamento Deus tinha dado aos homens a lei que, devido à miséria do homem decaído, não tirava o pecado, embora fosse uma lei moral; pelo contrário, até o agradava, tornando o homem consciente de sua falta. No Novo Testamento, Deus, mediante a graça de Cristo, tira o pecado do mundo, embora nos deixando na luta e no sofrimento, que Paulo sentia tão profundamente.

Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas - chamados evangelhos sinópticos - formam um grupo à parte, por certa característica histórica e didática, que os torna comuns e os distingue do quarto evangelho, o de João, de caráter mais especulativo e teológico.

O primeiro em ordem de tempo é o Evangelho de Mateus, o publicano, tornando em seguida um dos doze apóstolos. Escrito, originariamente, em aramaico e destinado ao ambiente palestino, foi em seguida traduzido para o grego e, nesta língua, transmitido. É o mais amplos dos Evangelhos e relata amplamente os ensinamentos de Cristo.

O segundo é o Evangelho de Marcos, que não foi discípulo direto de Cristo, mas nos transmitiu o ensinamento de Pedro. Foi escrito em grego e destinado a um público não palestino.

O terceiro dos Evangelhos sinópticos é, enfim, o de Lucas, companheiro de Paulo, que o chamava o caro médico. Também ele não foi discípulo imediato de Cristo, e o seu evangelho foi também escrito em grego.

O quarto evangelho, inversamente, como o primeiro, foi escrito por um discípulo direto de Cristo, um dos doze apóstolos: João, o predileto do Mestre, testemunha da sua vida e da sua morte. O quarto Evangelho, juntamente com este valor histórico, tem um especial valor especulativo, teológico. Como Paulo pode ser considerado o teólogo da Redenção, João pode ser considerado o teólogo da Encarnação; Cristo é o Verbo de Deus encarnado para a redenção do gênero humano. 

Também o Evangelho de João foi escrito em grego; e, cronologicamente, é o último dos Evangelhos e dos escritos do Novo Testamento, os quais - no seu conjunto - podem se considerar compostos na Segunda metade do primeiro século, tomada com certa amplidão.


IV - A IGREJA PRIMITIVA.

Simão Pedro, André, Tiago (filho de Zebedeu), João, Felipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Judas Tadeu, Simão Cananeu e Judas Iscariotes (depois substituído por Matias); São escolhidos pelo próprio Jesus entre todos os seus discípulos doze Apóstolos para divulgar o evangelho pelo mundo.

Desde o início o cristianismo organiza-se como igreja (do grego ekklesía, reunião), sob a autoridade dos apóstolos e dos seus sucessores. Estes nomeiam anciãos (presbíteros, em grego) para dirigir as novas comunidades. Muito cedo surgem os grupos de servidores (diáconos, em grego) para a assistência aos pobres das comunidades. 

Aos poucos se estrutura uma hierarquia: os reponsáveis pelas comunidades são os bispos (do grego, episcopos, supervisor) auxiliados pelos presbíteros e diáconos.

Os discípulos espalham-se pelas regiões do Mediterrâneo, inclusive Roma, e fundam várias comunidades. Nos três primeiros séculos, os cristãos sofrem grandes perseguições, primeiro das autoridades religiosas do judaísmo e, a partir do século 1o d.C., dos romanos. Durante o reinado dos imperadores Nero, Trajano, Marco Aurélio, Décio e Diocleciano, milhares de cristãos são mortos por se recusarem a adorar os deuses do Império e a reconhecer a divindade do imperador. 

Em 313 o imperador Constantino converte-se ao cristianismo, que expande-se por todo o Império. Até o século XI, duas grandes tradições convivem no interior do cristianismo: a latina, no Império Romano do Ocidente, com sede em Roma, e a bizantina, no Império romano do Oriente, com sede em Constantinopla (antiga Bizâncio e atual Istambul). Em 1054, controvérsias teológicas, entre elas a da doutrina da Santíssima Trindade, provocam a ruptura entre as igrejas do Oriente e do Ocidente, que se excomungam mutuamente. O ato só é anulado em 1965, em encontro entre o patriarca oriental Atenágoras I e o papa Paulo VI.


V - DOUTRINA CRISTÃ.

A fé cristã professa que o Deus revelado a Abraão, a Moisés e aos profetas envia à Terra seu filho como messias salvador. Ele nasce numa família comum, morre, ressuscita e envia o espírito santificador (Espírito Santo) para permanecer no mundo até o fim dos tempos. 

A mensagem cristã se baseia no anúncio da ressurreição de Cristo, na garantia de que a salvação é oferecida a todos os homens de todos os tempos e na mensagem da fraternidade, à semelhança do amor que o próprio Deus dedica a todos os homens.

Apresenta-se especialmente uma religião entre as religiões, a qual nos fala de uma queda do homem no começo de sua história, e afirma esta verdade, bem como todo o sistema dos seus dogmas.


VI - O PECADO.

Quanto à possibilidade de uma queda do espírito, em geral, isto é, quanto à possibilidade do mal moral, do pecado, basta lembrar que o ser criado pode, por sua natureza, desviar-se da ordem: porquanto há nele algo de não-ser, de potência, precisamente pelo fato de ser ele um ser criado. E o livre arbítrio proporciona-lhe o modo de realizar essa possibilidade, a saber, proporciona-lhe o modo de desviar-se efetivamente do ser, da racionalidade, enveredando pelo não-ser, pela irracionalidade. Quanto à realidade de uma queda original do homem, remetemos ao fato da Revelação em que é contida.

Na Escritura, evidencia-se, fundamentalmente, como o homem primigênio não só teria possuído aquela harmonia natural, de que agora é privado, mas teria sido outrossim elevado, como que por nova criação, à ordem sobrenatural, com um conveniente conjunto de dons. Noutras palavras, o homem teria participado com uma natureza extraordinaria, teria gozado não por direito, mas por graça. E evidencia-se também que devido a culpa do pecado cometido pelo primeiro homem, do qual, pela natureza humana, devia descender toda a humanidade, teria o homem perdido aquela harmonia e a dignidade, juntamente com os dons conexos.

Há, portanto, uma enfermidade, uma debilitação espiritual e física na natureza humana, por conseqüência, deficiências que não dependem dos indivíduos, visto que eles a sofrem. O pecado, pois, importa na privação da ordem sobrenatural, isto é, na privação do único fim humano efetivo, até ao sofrimento e à concupiscência, quer dizer, até à vulneração da própria natureza, voluntário e culpado em Adão, seria culpado em seus descendentes, enquanto quiserem servir-se das misérias provindas do pecado. 

O aspecto da condição primitiva do homem, concernente à elevação sobrenatural, por mais central que seja no cristianismo, aqui não interessa. Com efeito, a elevação à ordem sobrenatural sendo, por definição, gratuita, isto é, não devida à natureza humana, bem como a nenhuma natureza criada, a privação da mesma, provinda do pecado, não podia causar vulneração em a natureza humana, nem a perda dos dons praternaturais. E, logo, não podia suscitar o problema do mal, que temos considerado insolúvel pela filosofia.


VII - A REDENÇÃO PELA CRUZ.

Conseguiu o homem, mediante o pecado, frustar o plano divino da criação?
É o que explica um dogma da revelação cristã, o dogma da redenção operada por Cristo. Segundo este dogma, Deus, isto é, o Verbo de Deus, assume natureza humana, precisamente para reparar o pecado e, por conseguinte, suas conseqüências naturais também.

Visto a ofensa feita a Deus pelo pecado ser infinita com respeito ao Infinito ofendido, Deus operaria uma reparação infinita, que unicamente Deus podia dar. Sendo, porém, o homem que devia pagar, entende-se como o verbo de Deus assuma em Cristo a natureza humana.

Para a Redenção, sacrificado à morte de cruz, o ato expiatório de Cristo, tem um valor infinito devido à dignidade do operante. 


VIII - CRISTIANISMO ORTODOXO.

Menos rígido nas formulações dogmáticas, valoriza a liturgia, não aceita uma centralização excessiva e é mais flexível na concepção da estrutura hierárquica da igreja. É porém menos aberto ao diálogo com a filosofia e com as ciências e mais rigoroso nas exigências morais.

A partir da ruptura com a igreja ocidental, passa a chamar-se Cristianismo ortodoxo (em grego, reta opinião) e se afirma mais fiel à mensagem cristã primitiva. Os ortodoxos se desenvolvem em torno das quatro sedes antigas, chamadas de patriarcados: Jerusalém, Alexandria, Antioquia e Constantinopla . Mais tarde, são incorporados os patriarcados de Moscou (1589), de Bucareste (1925) e da Bulgária (1953), além das igrejas autônomas nacionais da Grécia, Sérvia, Geórgia, Chipre e da América do Norte. As igrejas ortodoxas reúnem mais de 170 milhões de fiéis em todo o mundo.

Os rituais da igreja ortodoxa são cantados, mas não se usam instrumentos musicais. Veneram-se os ícones e as relíquias dos santos, mas são proibidas imagens esculpidas, exceto o crucifixo. Os sacramentos pelos quais os fiéis entram em comunhão com Deus e entre si são os mesmos da Igreja Romana: o batismo, eucaristia, crisma (ou confirmação da fé, dado junto com o batismo), a penitência (ou confissão, dada antes da eucaristia), o matrimônio, a ordenação sacerdotal e a unção dos enfermos.

Os sacramentos dados na Igreja Ortodoxa são válidos na Romana, e vice-versa. Os sacerdotes podem casar-se (antes da ordenação), mas não os monges. Os bispos são escolhidos entre os sacerdotes e monges celibatários.


IX - CRISTIANISMO OCIDENTAL.

Desenvolve-se em torno de Roma, reivindica o primado sobre as outras sedes do cristianismo, argumentando a primazia de Pedro no grupo dos apóstolos.

Da conversão de Constantino no século IV até meados do século XVI, a história do cristianismo está intimamente associada à história do Império Romano e dos reinos em que se divide. Sua expansão também está vinculada à expansão da civilização ocidental e ao processo de dominação e aculturação de povos de outras culturas.

A Igreja pritimiva ocidental, após tornar-se a religião oficial do estado Romano, foi monopolizada e transformou-se no que hoje é chamada Igreja Católica (Universal) perseguindo e sufocando toda a dissidência a sua hegemonia.

estrutura-se em regiões geográficas autônomas, as dioceses, dirigidas pelos bispos, vinculados organicamente ao bispo de Roma, o papa. Desde a Idade Média, os papas são eleitos por um grupo de bispos, os cardeais. Atualmente há cerca de 120 cardeais no mundo inteiro, e João Paulo II

Uma das bases de expansão do catolicismo romano são os mosteiros, comunidades de homens ou de mulheres dedicados inteiramente à oração e ao trabalho e, a partir do século XIII, os conventos de frades e freiras. No período das grandes navegações e descobrimentos, após o século XV, as ordens monásticas e religiosas exercem papel decisivo na difusão do catolicismo na Ásia e nas Américas. Calcula-se em 900 milhões o número de católicos no mundo inteiro. 

Por séculos, o latim é a língua usada para as celebrações litúrgicas. Após o II Concílio do Vaticano (1962-1965) é permitido o uso das línguas locais. Além do canto, a liturgia inclui instrumentos musicais. Os sacramentos são os mesmos da igreja ortodoxa, mas a crisma e a penitência são ministrados separadamente do batismo e da eucaristia. O casamento de sacerdotes é proibido desde a Idade Média. As mulheres não são admitidas ao sacerdócio ordenado (na Igreja Ortodoxa também não).

No século XVI surge um movimento que reivindica a reaproximação da Igreja do espírito do cristianismo primitivo. A resistência da hierarquia da Igreja leva os reformadores a constituírem confissões independentes.

Os principais reformadores são Martinho Lutero e João Calvino, no século XVI. A Reforma difunde-se rapidamente na Alemanha, Suíça, França, Holanda, Escócia e Escandinávia. No século XVI surge a Igreja Anglicana e, a partir do século XVII, as igrejas Batista, Metodista e Adventista. As igrejas nascidas da Reforma reúnem cerca de 450 milhões de fiéis em todo o mundo.

Os pontos centrais da doutrina de Lutero são a justificação de Deus só pela fé e o acesso ao sacerdócio para todos os fiéis. Calvino acrescenta a doutrina da predestinação dos fiéis. As diferenças doutrinais entre os dois dão origem a duas grandes correntes: os luteranos e os calvinistas.

A Reforma abole a hierarquia e institui os pastores como ministros das igrejas. As mulheres têm acesso ao ministério e os pastores podem se casar. A liturgia é simplificada e os sacramentos praticados são o batismo e a ceia.

Martinho Lutero (1483-1546) nasce em Eisleben, Alemanha, numa família camponesa. Em 1501 ingressa na Universidade de Erfurt, onde estuda artes, lógica, retórica, física e filosofia e especializa-se em matemática, metafísica e ética. Entra para o mosteiro dos eremitas agostinianos de Erfurt em 1505, torna-se sacerdote e teólogo. Denuncia as deformações da vida eclesiástica em 1517. Acusado de herege, é excomungado pelo papa Leão X e banido por Carlos V, imperador da Alemanha, em 1521. Escondido no castelo de Wartburg e apoiado por setores da nobreza, traduz para o alemão o Novo Testamento. Abandona o hábito de monge e casa-se com a ex-freira Catarina von Bora, em 1525.

João Calvino (1509-1564) nasce em Noyon, França, filho de um secretário do bispado de Noyon. Em 1523 ingressa na Universidade de Paris, estuda latim, filosofia e dialética. Forma-se em direito e, em 1532, publica Dois livros sobre a clemência ao imperador Nero, obra que assinala sua adesão à Reforma. Em 1535, já é considerado chefe do protestantismo francês. Perseguido pelas autoridades católicas refugia-se em Genebra. Organiza uma nova igreja, com pastores eleitos pelo povo, e o Colégio Genebra, que se torna um dos centros universitários mais famosos da Europa.

A reforma na Inglaterra Começa em 1534 com o rompimento do rei da Inglaterra, Henrique VIII, com a Igreja Católica. O rei passa a ser o chefe supremo da Igreja Anglicana ou Episcopal e o seu líder espiritual é o arcebispo de Canterbury. Da Inglaterra, difunde-se para as colônias, especialmente na América do Norte. As igrejas Católica e Anglicana são semelhantes quanto à profissão de fé, a liturgia e os sacramentos, mas a igreja episcopal não reconhece a autoridade do papa e admite mulheres como sacerdotes. A primeira mulher a exercer o ministério episcopal é a reverenda Barbara Harris, da diocese de Massachusetts (EUA), consagrada em 1989.

O Pentecostalismo surge em 1906 no interior das igrejas reformadas dos EUA e difunde-se rapidamente pelos países do Terceiro Mundo. Os primeiros missionários do pentecostalismo chegam ao Brasil em 1910 e rapidamente conquistam grande número de fiéis. As igrejas pentecostais são as que mais crescem na América Latina. Dão ênfase à pregação do Evangelho, às orações coletivas, feitas em voz alta por todos os fiéis; aos rituais de exorcismos e de curas, realizados em grandes concentrações públicas.

E.Mucheroni - 25/04/2003



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