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APÓCRIFOS & RELIGIÃO    Free Counter
Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. ( I te. 5: 19,20,21 - BIBLIA)
SIGNIFICADOS

Nos textos sagrados muitas pessoas encararam as passagens pelo seu conteúdo literal, sem contudo atentar para o significado simbólico que as palavras encerram , essa prática leva ao esquecimento de muitos ensinamentos importantes.

Baseado nesse pressuposto , venho pesquisando e meditando a respeito do real sentido das escrituras, não com o intuito de assumir uma condição de mestre iluminado, mas como um aprendiz que coloca suas experiências à apreciação dos demais interessados

Consideramos, por exemplo, as possíveis conseqüências de uma visão que antepõe a fé à razão, como no episódio da figueira que secou. Jesus, que estava com fome, verificou que a figueira tinha apenas folhas, e por isso amaldiçoou a planta secando-a completamente. A interpretação do texto esconde significados simbólicos. Há outros trechos dos evangelhos, ou do Velho Testamento, nos quais se usam árvores de forma simbólica.

No quarto Evangelho, Jesus afirma que Natanael é um verdadeiro israelita, porque o viu "que estava abaixo de uma figueira", e Natanael, responde que Jesus é com certeza o filho de Deus. Parece um diálogo sem sentido se não aceitarmos que estas formas expressivas encerram imagens simbólicas, que precisam de uma chave de leitura.

Voltamos ao célebre conto bíblico da tentação de Adão e Eva. O Senhor ordenou aos dois não comer da árvore do conhecimento, porque: "…no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal..." (Gên 3,5).

A árvore em questão simboliza o conhecimento, e obter conhecimento é representado pelo ato de comer os frutos.

Quando Jesus afirma "…ninguém coma pela eternidade teus frutos…" e seca a figueira, não ataca a planta inocente, mas denuncia a hipocrisia de uma doutrina morta, "uma árvore que tem somente folhas", ou seja, denuncia a falsa doutrina dos sacerdotes de Jerusalém, os odiados saduceus.

A fome que ele quer apagar, não é aquela do estômago, mas a necessidade de verdades espirituais (quando iremos falar de outros milagres, lembramo-nos deste uso simbólico do conceito de fome).

Já vimos no texto bíblico que, conseguindo o conhecimento, "os olhos se abrem". De fato, o ato de "ver", ou a "visão", é um outro símbolo muito comum de conhecimento, enquanto, com óbvia correspondência, a "cegueira" representa a ignorância.

À luz, isso deve ser entendido, nos milagres de restituição da vista aos cegos, Jesus conseguiu ajudar algumas pessoas a emancipar-se de uma condição de ignorância espiritual (ou seja, falta de visão), encaminhando-as para um correto conhecimento das verdades supremas: "…

E Jesus, falando, disse-lhe: Que Queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista. E Jesus lhe disse: Vai, a tu fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho…" (Marcos 10, 51-52).

Outras vezes, como imagem simbólica que representa o conhecimento, vem usada a água. Quando aquela ânsia de conhecimento espiritual, que em outras partes é representada pela fome, aqui é simbolizada pela sede: "…se tu conheceras o dom de Deus, e quem é que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva..." (Jo 4, 13-14).

E ainda: "…qualquer que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna..." (ibidem).

O famoso diálogo de Jesus com a samaritana, oferece mais uma chave para se compreender como muitos milagres de Jesus tem representações simbólicas: "…Disse-lhe Jesus: Vai chamar o teu marido, e vem cá. A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: 'não tenho marido', porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade..." (Jo 4, 16-18).

Mais uma vez, uma leitura superficial do trecho parece mostrar que Jesus seja um sensitivo, um adivinho que conhece a vida privada da mulher. A verdade é que a mulher simboliza o inteiro povo de Samaria, e este diálogo representa a exortação, sendo iminente a reconstrução do reino de Yauhu, de abandonar a antiga rivalidade entre Judeus e Samaritanos.

As palavras de Jesus querem lembrar-nos que o povo samaritano se formou em seguida à fusão de cinco tribos, cada uma das quais adorava a sua própria divindade tribal (os "cincos maridos"); abandonados seus deuses tribais, agora os Samaritanos adoram Yauhu, o Deus dos Judeus ("e o que agora tens não é teu marido").

Mas voltamos ao significado simbólico da água, para vermos de que maneira é utilizado num outro célebre trecho do Evangelho:

"…E respondeu-lhe Pedro: Senhor se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas. E ele disse: Vem. E Pedro descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo clamou, dizendo: Senhor, salva-me. E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?…" (Mt 14, 28-31).

O fato de "andar sobre as águas" representa a competência da disciplina, a segurança do próprio caminho espiritual; quem é seguro de si mesmo em relação à doutrina não "afunda" quando o "vento" o atrapalha, em quanto o mestre, que caminha seguro sobre a água, pode salvar seu inseguro discípulo, repreendendo-o pela fragilidade de sua fé.

Outra imagem simbólica do conhecimento é oferecido pelo pão.

Há um trecho no quarto Evangelho, no qual os fiéis lembram Jesus, que Moisés teve a capacidade, no meio do deserto, de alimentar os hebreus famintos por meio do maná, um "pão do céu". A isso Jesus responde:

"…na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu, mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu… Disse-lhe pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão. E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede." (Jo 6, 32-35).

E mais além:
"…Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram. Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente." (Jo 6, 49-51).

À luz desta simbologia, até o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes adquire uma explicação:
"Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes... Jesus tomou os pães e rendeu graças. Em seguida, distribuiu-os às pessoas que estavam sentadas, e igualmente o fez com os peixes..." (Jo 6, 9-11).

Reparem as seguintes figuras: o "menino", os "pães", que são "cinco", os "peixes", que são "dois".
Jesus refere-se ao povo de Israel, um povo imaturo (um menino), incapaz de alcançar a verdadeira sabedoria (para saciar a própria fome) através de uma completa compreensão das Sagradas Escrituras, os cinco pães, que simbolizam os cinco livros da Torah (correspondem a Gênesis, Êxodo, Números, Levítico, Deuteronômio).

Mas além dos pães, Jesus fala de dois peixes e, para compreender o que significa esta imagem, é preciso lembrar que o peixe foi sempre o símbolo da figura do Messias.

Há também um importante jogo de palavras, usado pelos primeiros cristãos: a palavra grega ICQUS que significa "peixe", é composta pelas iniciais de IhsouV CristoV Qeou UioV Sothr (Jesus Cristo Filho do Deus Salvador).
Eis aqui explicado o Cristo=Peixe. E esse símbolo era usado com freqüência como sinal pelos primeiros cristãos de Roma. Então, para Jesus, o imaturo povo de Israel, além de não saber tirar proveito dos seus preciosos cinco textos sagrados, não sabia nem receber seus dois salvadores.

Nós sabemos que segundo a tradição das seitas essênio-zelotas, que combateram durante a dominação romana para a restauração do antigo reino de Davi, livre e independente, o messias esperado eram dois: um messias político, o untado por Yauhu, chamado "de Israel", que teria ocupado o trono em lugar de Herodes, e um messias sacerdotal, chamado "de Aronne", que tinha que ocupar o cargo de sumo sacerdote em lugar do corrupto saduceu que foi designado pelos romanos. Essa é a "comida" de Israel: a tradição da Torah (corretamente interpretada) e os dois messias (os verdadeiros). Este é o sentido do milagre.

Voltamos agora a um trecho que encontramos há pouco (Jo 6, 49-51), que tem um outro símbolo: o conhecimento como vida eterna, em contraposição à ignorância como morte: "…Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer… quem comer deste pão viverá eternamente…". E lembramos também estas celebres palavras: "…deixa que os mortos enterrem seus mortos…" (Mt 8, 22).

Este é, com certeza, o significado mais importante que deve ser esclarecido no texto evangélico, pois contém a chave da origem e do desenvolvimento do pensamento cristão como religião separada da sua matriz judia. Alem disso, podemos afirmar que o cristianismo, como consciência religiosa separada do hebraísmo, começa a existir mesmo no momento da ressurreição de Cristo.

Agora, a interpretação à luz dos critérios que estamos aplicando, mostra que o conceito de ressurreição, como passagem de uma condição de morte a uma de vida, indica o que em outros momentos foi representado através das imagens de "curar a cegueira", "saciar a fome", "comer os frutos", "matar a sede", etc.

A aquisição do conhecimento das verdades do espírito, vem entendida como a obtenção de uma condição de "vida eterna", ou como a passagem de uma condição normal, uma espécie de "morte espiritual", para uma condição de "vida autêntica".

Afinal, não somos apenas nós, vinte séculos depois, a afirmar isso. Sobre este propósito, é preciso notar o que explicam os escritos em relação ao conceito da ressurreição: "…enquanto ficarmos neste mundo, é preciso adquirirmos a ressurreição, de modo que, quando nos despir-mos da nossa carne, podemos ser encontrados na Quietude…" (Vangelo di Filippo, I Vangeli Apocrifi, por M.Craveri, Einaudi, 1969, pag. 523); "…quem acreditou na verdade encontrou a vida…" (ibidem). "…

Os que falam que primeiro se morre e depois se renasce se enganam. Sem receber primeiro a ressurreição enquanto se é vivo, quando morrer a pessoa não receberá nada…" (op. cit., pág. 530).

Eis aqui a chave correta para se interpretar o conceito fundamental do cristianismo: "recebermos a ressurreição enquanto vivos". É à luz deste conceito que podemos enfim interpretar o célebre milagre da ressurreição de Lázaro.

E na base do que vimos no parágrafo anterior, falando sobre o ritual da "decida na morte", podemos com certeza entender o milagre de Betânia como uma cerimônia iniciadora feita por Jesus em favor de Lázaro, uma iniciação que a tradição neo-cristã tentou cancelar qualquer sinal.

E. Mucheroni - 24/01/2003  



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